DOMESTICAÇÃO, A NOVA DROGA DA NAÇÃO

A vida humana a robotizar em velocidade furiosa. O que mais me assusta é o consentimento de tanta gente. Confesso que já nem distingo se é inconsciente ou não. Um abominável mundo novo domesticado, mas admirável e confortável para muitos. Mandámos o CONTEXTO ir pastar, retirámos a sua nobre utilidade e substituímos pelo deboche pegado. Um mish mash 24h por dia, 360 dias ao ano. Um Festival Salve-se-Quem-Puder de fomes insaciáveis, a uma coxa de canibalismo consentido.
Abençoado milénio que separa mais do que nos une, um ecoponto vitalício cada vez mais híbrido. Um coliseu gigante a céu aberto de puro entretenimento, oferecido pelas elites reptilianas que controlam isto tudo e salivam de gozo e satisfação no malabarismo tosco entre a (nossa) dissonância cognitiva, ilusão de percepção, indocrinação, propaganda, distopia e afins. Lobista filha, lá vais tu menina e moça a desfilar os teus planos maquiavélicos à descarada, pois sabes que o povo insiste e persiste em não ver. Qual rei vai nú! Estás tola? Fia-te bem nas sopas e descansos desta vidinha, pois ela nos reserva um futuro promissor SMART, muitíssimo inteligente, dizem os especialistas: casas SMART, carros SMART, dinheiro SMART, empregos SMART, energia SMART, saúde SMART, sexo SMART.
É a domesticação da nação disfarçada de evolução:
-Os animaizinhos em marsúpios a choramingar como bebés a caminho da creche, uma sala fechada Chãn D'Orri (Campo de Ourique) das 9 às 18h;
-Lojas a pedir o contacto telefónico para envio do talão de compra, é pelo ambiente e energia green, e se recusas atiram o peso à tua consciência. Do meu talão! E dos puns das vacas!
-As caixas self-service a substituir o trabalho humano nas Inditex's da vida. A malta não só perde poder de compra, paga a publicidade se quiser sacos, paga pelo produto, e ainda trabalha de graça para os Grandes Patrões.
-A palhaçada das filas únicas nos supermercados, a ilusão que é mais rápido, enquanto esperamos na bicha da obediência, acompanhado por um labirinto infinito de prateleiras carregadas de merda, literalmente (Já ninguém se lembra como era. A memória é o "bem" mais essencial em extinção. Ai Orwell, sabias tanto com a tua novafala);
- Uma família de miúdos e graúdos, todos juntos à mesa para a janta e assiste em directo à banalização do sagrado que lhes salta pela tela adentro com homens de barba (pouco) rija, pó de arroz e baton choque misturados em lantejoulas que brilham entre os seus folículos pilosos; a fruta que lhes salta da licra justa e mesmo ao lado de uma criança! Na volta ela é só a sobremesa, aquele sangue fresco dos ressabiamentos depravados. Tudo normal, nada de novo aqui.
Ai domestica-nos Senhor da Nova Era. Mantém-nos presos na nova caverna. Prometemos ser fiéis através da nossa apatia e aquiescência, até que a morte nos separe.
Autoritarismo e Poder Totalitário ao rubro. Não terás nada e serás miserável. E tudo à distância do Grande Irmão. Sem mais nem mais….. Puff!!