MINI NI WA NSATI

MINI NI WA NSATI
- Espelho Meu! Espelho Meu! O que vês tu quando me olho em ti?
- Diz-me tu! O que vês em ti quando te olhas em mim?...
Cansei-me de acreditar que estava velha demais para (re) começar o quer que seja. Cada dia que passava, arrependia-me da música que não compus, da letra que não escrevi, do sentimento que não transcrevi em poesia, da coreografia que não dancei, do livro que não escrevi, das histórias que não contei.
O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem...
O tempo respondeu-me que a única forma de cura residia na travessia da minha floresta subterrânea... escura, densa, cheia de caminhos espinhosos de medo e feridas imensas. Atravessei a minha floresta. Inicialmente, sem acreditar que viria algum vislumbre de luz, sem acreditar que seria corajosa para dobrar o cabo das minhas tormentas. Só que chegou um momento onde, para mim, já não havia retrocesso possível. E no avançar, no atravessar da floresta, muitas são as dores sentidas. Muitas. Muitas... Até que, pouco a pouco, a cura inicia e naquela escuridão imensa manifesta-se alguma cor, o reconhecimento de padrões, de heranças, um turbilhão de obstáculos transmutados em oportunidades.
"A Aceitação de ti própria é através da Aceitação do teu processo." Aceitação, Perdão, Merecimento e Reconhecimento do Meu Sagrado e Divino Poder Feminino! Assim é!
- Espelho Meu! Espelho Meu! O que vês tu quando me olho em ti?
- Diz-me tu! O que vês em ti quando te olhas em mim?
- Eu, finalmente, VEJO-ME!
Mini Ni Wa Nsati! Eu Sou Mulher!